Prefeitura de Goiânia considera reduzir valores pagos a médicos da rede pública

A Prefeitura de Goiânia avalia uma proposta que prevê a redução dos valores pagos aos médicos credenciados que atuam na rede pública municipal. Essa seria a terceira tentativa de corte nos repasses, segundo o Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego).

O presidente da entidade, Rafael Martinez, afirma que a categoria recebeu a informação com preocupação e vê a medida como uma desvalorização do trabalho médico. Ele ressalta que, até o momento, não houve diálogo entre o poder público e as entidades representativas da classe.

Martinez alerta que, caso a redução seja implementada, pode haver impacto no atendimento à população, já que médicos com longa atuação nas unidades e vínculo com as comunidades podem optar por não renovar o credenciamento com o município, o que geraria falhas nas escalas e risco de desassistência.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://cbngoiania.com.br/cbn-goiania/conselho-municipal-de-saude-rejeita-proposta-que-previa-cortes-de-ate-35-em-salario-de-medicos-1.3316721" target="_blank">Conselho Municipal de Saúde rejeita proposta que previa cortes de até 35% em salário de médicos</a> 
<a href="https://cbngoiania.com.br/tarde-cbn/cremego-publica-resoluc-o-que-trata-sobre-o-tempo-necessario-para-cada-atendimento-medico-1.3315424" target="_blank">Cremego publica resolução que trata sobre o tempo necessário para cada atendimento médico</a> 
<a href="https://cbngoiania.com.br/tarde-cbn/maternidades-de-goiania-est-o-ha-quase-um-ano-sem-atendimentos-eletivos-1.3304234" target="_blank">Maternidades de Goiânia estão há quase um ano sem atendimentos eletivos</a></div>

O presidente do Cremego afirmou ainda que a autarquia vai procurar o secretário municipal de Saúde e o prefeito para tentar abrir um canal de diálogo e evitar a medida. Caso a proposta avance, a entidade estuda acionar medidas judiciais e éticas, em conjunto com o Sindicato dos Médicos e outras associações.

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que o novo credenciamento traz valores ajustados à realidade do mercado, com base em pesquisa de preços e estudo técnico de impacto orçamentário e financeiro. A pasta afirma que a medida não representa desvalorização da categoria e tem o objetivo de ampliar o número de profissionais nas unidades e garantir uma aplicação mais eficiente dos recursos públicos.

Ouça a reportagem:

<div attr-cid="policy:1.3336341" attr-version="policy:1.3336341:1763034808" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3336341" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3336341', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3336341">Prefeitura de Goiânia considera reduzir valores pagos a médicos da rede pública (1.3336341)</a></div>

&nbsp;

&nbsp;

Tarde CBN

Tarde CBN - título

Matéria - genérica - CBNGO

CREMEGO

Já estão em casa os estudantes que foram levados ao hospital depois de comerem um brigadeiro misturado com maconha a caminho do Colégio Estadual Agnelo Ribeiro. Dois menores foram apreendidos e liberados em seguida: um deles por conseguir a maconha e o outro por preparar o doce e levar para os colegas no ônibus do transporte escolar.

Ainda de manhã, a perícia confirmou que a intoxicação foi provocada por maconha misturada no brigadeiro de colher. O caso aconteceu no distrito de Roselândia, em Bela Vista de Goiás, na Região Metropolitana de Goiânia.

Os estudantes da zona rural estavam no ônibus do transporte escolar a caminho da aula quando comeram o brigadeiro e começaram a passar mal. Cerca de 12 estudantes foram levados para o Hospital Municipal de Bela Vista de Goiás com suspeita de intoxicação.

Segundo o Corpo de Bombeiros, quando chegaram ao colégio foram identificados vários adolescentes com comportamento eufórico, náusea, vômito e mal-estar, porém com sinais vitais preservados.

Cinco adolescentes foram transportados pelas equipes do Corpo de Bombeiros, como explica a aspirante do Corpo de Bombeiros de Goiás, Ísis Menezes. Os demais foram levados por uma viatura do Samu e uma ambulância do município de Bela Vista de Goiás ao hospital.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://cbngoiania.com.br/tarde-cbn/mais-de-2-mil-garrafas-de-bebida-alcoolica-foram-apreendidas-em-operac-o-contra-falsificac-o-1.3335439" target="_blank">Mais de 2 mil garrafas de bebida alcoólica foram apreendidas em operação contra falsificação</a> 
<a href="https://cbngoiania.com.br/cbn-goiania/exames-descartam-contaminac-o-por-metanol-no-caso-do-homem-que-morreu-em-goiania-1.3328020" target="_blank">Exames descartam contaminação por metanol no caso do homem que morreu em Goiânia</a> 
<a href="https://cbngoiania.com.br/cbn-goiania/morre-homem-internado-com-suspeita-de-contaminac-o-por-metanol-em-goiania-1.3326493" target="_blank">Morre homem internado com suspeita de contaminação por metanol em Goiânia</a></div>

Os estudantes foram medicados, tomaram soro e ficaram em observação até que o efeito da maconha passasse.

De acordo com as investigações iniciais, o adolescente de 17 anos repassou a maconha a um colega, também menor de idade. Juntos, os dois seguiram uma receita encontrada em vídeos nas redes sociais: derreteram manteiga, misturaram a maconha e prepararam o doce, o que, segundo a polícia, potencializou o efeito da substância.

Por se tratar de um ato infracional sem violência ou grave ameaça, o caso será apurado por meio de um auto de investigação, com foco principal em identificar quem forneceu a droga ao adolescente. O Conselho Tutelar está acompanhando o caso e vai prestar assistência às famílias.

Em nota, a Secretaria de Estado da Educação de Goiás informou que as crianças, com idades entre 13 e 16 anos, já chegaram ao colégio apresentando sinais de mal-estar. A pasta afirmou que, assim que a situação foi percebida, a equipe gestora prestou atendimento imediato aos estudantes e encaminhou todos ao hospital.

Ainda segundo a secretaria, a direção da escola seguiu o Protocolo de Segurança Escolar, acionando de imediato os pais e responsáveis para comunicar o ocorrido. Equipes da pasta acompanham o caso e trabalham para esclarecer o que aconteceu.

Ouça a matéria:

<iframe frameborder="0" height="200px" src="https://widget.spreaker.com/player?episode_id=68575180&amp;theme=light&amp;playlist=false&amp;playlist-continuous=false&amp;chapters-image=true&amp;episode_image_position=right&amp;hide-logo=true&amp;hide-likes=false&amp;hide-comments=false&amp;hide-sharing=false&amp;hide-download=true&amp;color=eb144c" title="Estudantes intoxicados após comerem brigadeiro misturado com maconha recebem alta" width="100%"></iframe>

Estudantes intoxicados após comerem brigadeiro misturado com maconha recebem alta

INTOXICAÇÃO

Um levantamento da Secretaria Estadual de Saúde (SES), divulgado nesta quarta-feira (12), revela que 77% das internações por influenza em 2025 ocorreram em pessoas não vacinadas. O estudo mostra que, de janeiro a outubro deste ano, Goiás registrou 9.560 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), com 700 mortes confirmadas.

Do total, 1.868 casos foram causados por influenza. Desses, mais de 77% ocorreram em pessoas não vacinadas, o que corresponde a 1.454 pacientes. O levantamento aponta ainda que, das 700 mortes registradas, 172 foram por influenza, e 84% das vítimas não haviam sido vacinadas.

O estudo também aponta que a vacinação reduziu a gravidade da doença em 2025. A redução no risco de agravamento foi de 66% entre crianças de um a quatro anos e de 62% em pacientes com doenças renais crônicas. Entre os vacinados, houve menor necessidade de intubação e internação em UTI.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://cbngoiania.com.br/tarde-cbn/tres-suspeitos-de-matar-menino-de-7-anos-e-tentar-matar-o-padrasto-s-o-presos-um-morre-em-confronto-em-campinorte-1.3334422" target="_blank">Três suspeitos de matar menino de 7 anos e tentar matar o padrasto são presos; um morre em confronto em Campinorte</a> 
<a href="https://cbngoiania.com.br/cbn-goiania/dia-d-contra-a-dengue-e-realizado-neste-sabado-8-1.3334337" target="_blank">Dia D contra a dengue é realizado neste sábado (8)</a> 
<a href="https://cbngoiania.com.br/tarde-cbn/aumento-de-casos-de-sindrome-respiratoria-aguda-grave-acende-alerta-para-cuidados-1.3334130" target="_blank">Aumento de casos de síndrome respiratória aguda grave acende alerta para cuidados</a></div>

A gerente de imunização da SES, Joice Dornelles, destaca que a recente campanha de multivacinação, com foco em crianças e adolescentes, buscou reverter esse cenário. Segundo ela, houve um aumento de mais de 28% na vacinação de crianças e adolescentes menores de 15 anos.

De acordo com o técnico do Centro de Inteligência Epidemiológica da Subsecretaria de Vigilância, Leandro Nascimento, os dados da pesquisa podem ser usados para traçar medidas mais oportunas de vacinação, além de sensibilizar a população sobre a importância da vacina.

No caso da influenza, que representa a maioria dos registros de SRAG em 2025, a cobertura vacinal continua abaixo do ideal. Entre os grupos prioritários, a taxa está em 51,23% no Brasil e 48,04% em Goiás. O estado já registra cerca de 10.900 casos de SRAG neste ano.

A SES alerta ainda que a cobertura vacinal contra a Covid-19 em crianças está muito baixa. A secretaria reforça que a vacina está no calendário para menores de cinco anos e é fundamental para evitar casos graves de síndrome respiratória.

Ouça a matéria:

<iframe frameborder="0" height="200px" src="https://widget.spreaker.com/player?episode_id=68546211&amp;theme=light&amp;playlist=false&amp;playlist-continuous=false&amp;chapters-image=true&amp;episode_image_position=right&amp;hide-logo=true&amp;hide-likes=false&amp;hide-comments=false&amp;hide-sharing=false&amp;hide-download=true&amp;color=eb144c" title="Nos casos de influenza, 77% dos internados não estão vacinados" width="100%"></iframe>

Nos casos de influenza, 77% dos internados não estão vacinados

VACINA

maternidades

No fim de agosto, as três maternidades municipais da capital — Célia Câmara, Dona Íris e Nascer Cidadão — passaram por uma troca de gestão, com três organizações sociais (OSs) assumindo a administração, uma em cada unidade.

À época, segundo a Prefeitura, a mudança visava otimizar o atendimento e reduzir custos. No entanto, o cenário relatado por funcionários e pacientes diverge dessa expectativa.

Em entrevista à CBN Goiânia, a presidente do Sindsaúde, Néia Vieira, afirmou que a troca das organizações sociais não trouxe melhorias nem para os profissionais nem para os pacientes. Segundo ela, continuam as denúncias de mau atendimento e insegurança entre os trabalhadores, que enfrentam indefinição salarial e redução de pessoal após a chegada das novas gestoras.

<div class="p-readmore-box"> 
<a href="https://www.cbngoiania.com.br/tarde-cbn/ex-colaboradores-da-fundahc-que-trabalhavam-nas-maternidades-de-goiania-comecam-a-receber-partes-das-rescis-es-1.3319780">Ex-colaboradores da FUNDAHC que trabalhavam nas maternidades de Goiânia começam a receber partes das rescisões</a> 
<a href="https://www.cbngoiania.com.br/tarde-cbn/maternidade-dona-iris-retoma-cirurgias-eletivas-em-goiania-1.3317198">Maternidade Dona Íris retoma cirurgias eletivas em Goiânia</a> 
<a href="https://www.cbngoiania.com.br/tarde-cbn/acordo-com-prefeitura-garante-pagamento-a-trabalhadores-mas-deixa-dividas-da-fundahc-em-aberto-1.3314125">Acordo com Prefeitura garante pagamento a trabalhadores, mas deixa dívidas da Fundahc em aberto</a></div>

A reportagem da CBN esteve nas três maternidades municipais da capital nesta quinta-feira (6) para acompanhar de perto a situação. Na Célia Câmara, tanto a emergência quanto o ambulatório estavam com poucos pacientes. Na Dona Íris, as grávidas preferiram não gravar, mas uma delas relatou demora no atendimento para emergência. Na Maternidade Nascer Cidadão, a recepção estava cheia e havia casos mais complicados, como o de Paulo Henrique de Oliveira, cuja esposa enfrenta complicações e reclama da demora no atendimento.

A CBN solicitou nota à Secretaria Municipal de Saúde e aguarda retorno.&nbsp;

Em nota, a direção do Hospital e Maternidade Dona Íris informou que, desde que passou por nova gestão em agosto, a unidade vem registrando melhorias nos atendimentos de ginecologia e obstetrícia. Todos os serviços previstos no plano de trabalho foram implantados, incluindo cirurgias eletivas e neonatais. Somente na primeira semana de novembro, foram realizados cerca de 80 partos com atendimento humanizado. A direção afirma que as obrigações trabalhistas estão em dia, com fundo rescisório garantido, e reforça que o hospital segue protocolos rigorosos de urgência e emergência, mantendo o compromisso com a transparência, o cuidado aos pacientes e a segurança dos trabalhadores.

A Organização Social de Saúde AHBB, responsável pela gestão da Maternidade Nascer Cidadão, afirma que realizou melhorias estruturais na unidade, como reformas e pintura, e retomou o fornecimento de refeições para acompanhantes.Em relação a denúncias de trabalhadores, a AHBB nega irregularidades e diz que todos os colaboradores são contratados em regime CLT, com salários pagos em dia. A nota informa ainda que a organização antecipou o pagamento do piso da enfermagem.

A AHBB também nega a ocorrência de demora no atendimento de emergência e afirma que dados internos apontam um aumento na agilidade dos serviços.

A Sociedade Beneficente São José (SBSJ), responsável pela gestão do Hospital Municipal da Mulher e Maternidade Célia Câmara desde agosto de 2025, informou que implantou diversas melhorias após a transição, como a revisão dos fluxos operacionais e assistenciais, implantação de um laboratório próprio, manutenção de equipamentos e da rede de gases medicinais, reforço das equipes multiprofissionais e capacitação contínua dos profissionais.

A entidade destacou que os atendimentos seguem as normas da Prefeitura de Goiânia, com funcionamento 24 horas para urgência e emergência. Em relação às denúncias sobre salários e vínculos trabalhistas, a SBSJ afirmou manter diálogo com os profissionais e que eventuais ajustes estão sendo conduzidos dentro da legalidade e sob acompanhamento da Secretaria Municipal de Saúde. A instituição reafirmou o compromisso com uma gestão ética, eficiente e humanizada.

Ouça a reportagem:

<div attr-cid="policy:1.3333833" attr-version="policy:1.3333833:1762521209" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3333833" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3333833', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3333833">maternidades (1.3333833)</a></div>

Funcionários e pacientes relatam queixas sobre nova gestão das maternidades de Goiânia

CBN Goiânia

CBN Goiânia - título

MATERNIDADES

Sistema do MP-GO amplia transparência e reduz número de comunidades terapêuticas irregulares em Goiá

Nos anúncios na internet a promessa de acolhimento e auxílio a dependentes químicos e a quem lutava contra o alcoolismo, mas a realidade era outra!

Janeiro de 2025. A produtora de eventos, Niúrica Ribeiro, estava indo a uma sorveteria com o companheiro, em Aparecida de Goiânia, quando foi surpreendida pela ação de três pessoas que a colocaram a força dentro de um carro e a levaram para uma comunidade terapêutica, onde supostamente receberia tratamento para vício em drogas. Ao chegar no local ela conta que foi forçada a tomar remédios e a dividir quarto com outras pacientes na mesma situação. Niúrica descreve que o local funcionava como uma prisão, com muros altos, concertina e cerca elétrica. Nas quase 24 horas que ficou na comunidade, ela foi coagida a assinar documentos concordando com a internação.&nbsp;

<div class="p-readmore-box"><a href="https://www.cbngoiania.com.br/cbn-goiania/populac-o-de-menor-escolaridade-e-jovens-convivem-mais-com-fatores-de-risco-a-saude-1.3332764">População de menor escolaridade e jovens convivem mais com fatores de risco à saúde</a> 
<a href="https://www.cbngoiania.com.br/tarde-cbn/prefeitura-de-goiania-passa-a-disponibilizar-vacina-antirrabica-de-forma-permanente-1.3332806">Prefeitura de Goiânia passa a disponibilizar vacina antirrábica de forma permanente</a> 
<a href="https://www.cbngoiania.com.br/tarde-cbn/ouvintes-relatam-dificuldade-para-agendar-consultas-em-goiania-1.3332435">Ouvintes relatam dificuldade para agendar consultas em Goiânia</a></div>

Segundo Niúrica, o caso dela é investigado pela Polícia Civil, e a suspeita é que familiares tenham contratado o serviço da comunidade.&nbsp;&nbsp;

Agosto de 2025. A Delegacia Estadual de Atendimento Especializado à Mulher(Deaem), em Goiânia, recebeu uma denúncia feita por um homem que relatou o desaparecimento da esposa. A vítima, que não teve a identidade revelada, é servidora do Tribunal de Justiça de Goiás, e fez um último alerta, que teria recebido a inesperada visita da mãe e da irmã, com quem disputava bens da justiça.&nbsp;&nbsp;

A delegada adjunta da Deaem, Gabriela Adas, conta que as investigações levaram até a uma comunidade terapêutica que funcionava na região norte de Goiânia. No local, encontraram a vítima internada como dependente química. A mãe e a irmã confessaram ter pagado para internar a familiar à força. Segundo a delegada, a partir deste momento foi possível perceber que o caso era mais amplo. Na comunidade tinham cerca de 40 mulheres, que poderiam estar sendo vítimas de diversos crimes e violações de direitos humanos.&nbsp;&nbsp;

A comunidade, alvo das investigações, foi interditada. No inquérito, 6 pessoas foram indiciadas e vão responder pelos crimes de Sequestro, cárcere privado, lesão corporal e coação no curso do processo.

A Lei federal que instituiu o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (11.346/2006) prevê dois tipos de internação: a voluntária, quando a pessoa concorda com o tratamento e a involuntária, que deve seguir critérios rigorosos como formalização de um médico responsável, comunicação aos órgãos de controle e duração máxima de 90 dias.&nbsp;&nbsp;

Outro fato, é que comunidades terapêuticas acolhedoras, como as investigadas nos dois casos, não podem realizar nenhum tipo de internação, porque não está dentro das atribuições sociais previstas em lei. Internações devem ser feitas em clínicas e hospitais com equipes de saúde capacitadas para o serviço.

Irregularidades em comunidades terapêuticas são realidade em Goiás. No último ano, segundo a Vigilância Sanitária Estadual, 25 instituições foram interditadas em ao menos 6 municípios. Em Goiânia, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, duas comunidades foram interditadas no mesmo período. Entre os motivos estão: condições sanitárias inadequadas dos ambientes, falta de alvará de funcionamento e atuação irregular como clínica ou hospital psiquiátrico.&nbsp;&nbsp;

A Superintendente de Vigilância Sanitária, Ambiental e Saúde do Trabalhador da SES-GO, Eliane Rodrigues da Cruz, confirma que o principal desafio do sistema de saúde é identificar clínicas clandestinas e comunidades irregulares. Atualmente a fiscalização é compartilhada entre municípios e Estado. A superintendente também reforça a necessidade de orientar a sociedade sobre o papel das comunidades no tratamento de dependentes químicos.&nbsp;&nbsp;

E é neste cenário que desde 2014, o Ministério Público Estadual tem atuado por meio de um grupo de trabalho para buscar soluções para o problema. A iniciativa atendeu a uma recomendação do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) para ampliar a fiscalização em comunidades terapêuticas. O MP-GO junto com órgãos da saúde e forças de segurança do estado fizeram um levantamento das instituições que funcionavam em Goiânia, e verificaram se todas estavam obedecendo as normas de funcionamento.

O Promotor de Justiça Titular da 53ª Promotoria, Marcos Antônio Ferreira Alves, afirma que a partir destas informações foi criado um sistema com todos os dados das comunidades terapêuticas que funcionavam na capital de forma regular. A ideia era disponibilizar uma plataforma acessível à população.&nbsp;&nbsp;

Ainda de acordo com o promotor Marcos Antônio Ferreira Alves, em mais de 10 anos de funcionamento da plataforma, o número de denúncias em Goiânia reduziu. Das mais de 30 comunidades que funcionavam na capital, apenas 8 seguem cadastradas no sistema.&nbsp;&nbsp;

Mas outro problema surgiu... foi percebido um movimento de abertura de clínicas clandestinas e comunidades terapêuticas em municípios do interior. Por conta disso, em 2025 o MP-GO tomou a iniciativa de ampliar o sistema para todo o estado. As instituições receberam um prazo para realizarem o cadastro. Todas serão fiscalizadas pelo grupo de trabalho liderado pelo MP-GO. A plataforma ficará disponível nos próximos meses.&nbsp;&nbsp;

Outro problema apontado por especialistas é o financiamento público de comunidades terapêuticas. Em Goiânia, das oito regulares, que estão no sistema criado pelo MP, 3 recebem recursos estaduais e 4 contam com recursos federais.

A advogada Carolina Barreto Lemos é perita membro do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT). O órgão foi criado por meio de lei e atende a um compromisso internacional assumido pelo Brasil em 2007 com a ratificação do Protocolo Facultativo à Convenção Contra Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes da Organização das Nações Unidas, ONU.

Ela destaca que este financiamento público de comunidades pode enfraquecer as próprias políticas que o Brasil preconiza, por meio do SUS e do Sistema Único de Assistência Social, havendo inclusive uma recomendação da ONU para que o País reavalie e até abandone a prática.&nbsp;&nbsp;

Para Carolina, existe ainda uma falta de transparência para encontrar e acompanhar o trabalho das comunidades terapêuticas em funcionamento. Por isso a importância de projetos como o desenvolvido pelo Ministério Público de Goiás.

A versão mais atualizada do Observatório Brasileiro de Informações sobre Drogas (OBID), vinculado ao Governo Federal, mostra que 1.425 internações por transtornos mentais relacionadas ao álcool foram registradas em Goiás em 2022. No mesmo período, houve o registro de 1.885 internações por uso de drogas.

Casos de negligência e irregularidade, como os relatados na reportagem, banalizam o tratamento de transtornos mentais e colocam os pacientes em uma situação de maior vulnerabilidade. Muitas vezes as famílias recorrem a tratamentos clandestinos atraídas por preços menores ou para atender a motivos pessoais.

Escolhas, que para o Médico Psiquiatra pela Unifesp, Guilherme Mendonça, podem trazer consequências irreversíveis

O sistema com as comunidades terapêuticas regulares da capital pode ser acessado no site da prefeitura: goiania.go.gov.br/ComunidadesTerapeuticas. Quando ficar disponível, a plataforma estadual estará vinculada ao site Expresso, de atendimento aos serviços do Estado.

Para a CBN, a Secretaria Estadual de Saúde informou que em Goiás há 8 Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD) e nove unidades do Caps AD3. O acesso aos serviços é por demanda espontânea ou por encaminhamento feito por uma Unidade Básica de Saúde.

Com colaboração de Nathalia Lima e sonorização de Cristiano Mariano, José Bonfim, CBN Goiânia.

&nbsp;

Ouça a reportagem completa:

<div attr-cid="policy:1.3332845" attr-version="policy:1.3332845:1762364767" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3332845" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3332845', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3332845">Sistema do MP-GO amplia transparência e reduz número de comunidades terapêuticas irregulares em Goiá (1.3332845</a></div>